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Conceitos Básicos da Teoria do conhecimento

Nesta primeira aula temos como objetivo apresentar conceitos básicos que servirão de fundamento para o estudo da teoria do conhecimento, epistemologia e lógica. Tais conceitos são o de conhecimento, intuição e verdade, veremos também certas tradições de concepção epistemológica tais como: dogmatismo, ceticismo, realismo e idealismo.

Na teoria do conhecimento temos com tema central o estudo a relação entre sujeito e objeto, isto é, a explicação de como ocorre a apropriação dos objetos pelos sentidos e pela inteligência do sujeito. O ato do conhecimento, desta forma, é marcado por, de um lado, o sujeito conhecedor e, de outro, o objeto conhecido. O resultado deste ato é o produto do conhecimento, isto é, os saberes acumulados que chamamos de ciências.

Existem duas maneiras de se conhecer, ou bem conhecemos através da intuição, ou bem por conhecimento discursivo: No primeiro caso, da intuição, temos um conhecimento imediato e indemonstrável. A intuição pode ser de três tipos distintos empírica, inventiva ou intelectual: A intuição empírica se baseia na experiência e pode ser sensível ou psicológica, sensível quando fruto dos sentidos, ex: cores, psicológica quando de experiência interna, ex: sentimentos; A intuição inventiva é aquela marcada pelas soluções súbitas, uma invenção criativa e instantânea, uma inspiração inovadora; Já a intuição intelectual é marcada pela captação direta da essência de um objeto (cogito cartesiano).

No segundo caso, o do conhecimento discursivo, a razão organiza em ideias e conceitos as informações recebidas pela intuição. Razão é a faculdade de julgar mediadora do conhecimento, uma vez que encadeia conceitos em ideias e em juízos e raciocínios levando a demonstrações e conclusões.

O conhecimento discursivo deste modo é mediado pela linguagem. O conhecimento discursivo possui uma característica abstrata, pois é mediado por conceitos. O objeto tornado conceito perde suas características individuais transformando-se em uma abstração como é o caso das abstrações da matemática, em que tudo torna-se quantidade numérica. O processo de abstração trata de objetos em geral e não em particular. Essas noções abstratas tornam-se ferramentas de interpretação e crítica da realidade.

Outro conceito central para introduzirmos a temática da teoria do conhecimento é o conceito de verdade. Tal conceito pode ser entendido ao menos em dois sentidos sendo o primeiro o de veracidade, isto é, se o interlocutor está ou não mentindo, com isso realizamos uma constatação moral. Nesse sentido temos também uma análise das proposição, se elas correspondem ou não a realidade, esta é uma constatação epistemológica; O segundo conceito de verdade é como realidade, neste não buscamos a veracidade de proposições, mas sim a realidade de objetos concretos, tais objetos não são verdadeiros ou falso, mas sim existentes ou não. Falso e verdadeiro não estão nas coisas, mas no juízo.

No que concerne a possibilidade de alcançarmos a certeza duas correntes filosóficas são importantes o dogmatismo e o ceticismo. O dogmatismo tem sua vertente no senso comum na política e na filosofia: no senso comum dogmatismo significa as certezas não questionadas de nosso cotidiano, abdicando assim da dúvida, mesmo com as mudanças no mundo e no conhecimento o dogmático se agarra as suas ideias e resisti até mesmo a dialogar e conhecer os outros pontos de vista; na política o dogmatismo surge na forma da negação do pluralismo, do diferente, abrindo espaço para uma teoria autoritária de partido único, censura e repressão; na filosofia designa não a ausência de crítica, mas sim uma confiança na razão, em seu poder de conhecer a verdade e adquirir a certeza. Deste modo, O que está em jogo na teoria do conhecimento e na epistemologia é a extensão dos poderes da razão.

O Ceticismo é a corrente filosófica que põe em dúvida a capacidade de produzirmos conhecimento. Há gradações de ceticismo partindo da crença na possibilidade de formas restritas de conhecimento e chegando a extremos que afirmam a impossibilidade de adquirir qualquer tipo de conhecimento. Entre eles temos autores como Górgias que afirmava que: O ser não existe; se existisse alguma coisa, não poderíamos conhecê-la; se a conhecêssemos, não poderíamos comunicá-la ao outros”, assim ele separação ser, pensar e dizer. Já Pirro levando em conta o confronto da diversidade de convicções e de filosofias acreditava que o sábio deveria suspender o juízo não aderindo a nada que se pretenda ser uma certeza, aceitando assim, com absoluta serenidade, o fato de não podermos determinar o que é o verdadeiro e diferenciá-lo do falso. Sendo tudo incerto e fugaz essa postura cética vai de encontro com a ética ao determinar que a busca pelo verdadeiro, pelo bom e justo somente trazem infelicidade. Já Hume trabalhava com o conceito de crenças teóricas ou práticas que orientam o cotidiano. Ele acreditava que nossas certezas eram todas pautadas pelo hábito.

Por último, devemos nos perguntar o seguinte, o critério de verdade como correspondência com o mundo precisa, necessariamente, que seja possível conhecer a realidade. No entanto, a correntes de pensamento que buscaram comprovar a impossibilidade de se alcançar a realidade mesma. Isso colocaria uma impossibilidade no conceito de verdade como correspondência com a realidade, pois nosso acesso a ela estaria interditado. Aqueles que acreditam nessa impossibilidade resta defender um idealismo contra o realismo, isto é, defender que a verdade depende apenas da não contradição do pensamento consigo mesmo. Verdade como correção lógica, como conformidade as leis do pensamento ou ausência de contradição. Tal conceito de verdade funciona muito bem na matemática e lógica, mas enfrenta profundas dificuldades em todas as demais ciências.

Outros filósofos colocaram em xeque nossa compreensão da verdade e da certeza, os chamados Mestres da suspeita abalaram a filosofia contemporânea por colocarem as ilusões da consciência em dúvida, sendo eles: Marx, que discutiu o conceito de ideologia como conhecimento ilusório que mascara os conflitos sociais; Nietzsche que apresentou uma genealogia da moral que visava determinar a origem dos valores que degeneraram os instintos vitais e a potência da raça humana; e Freud que através do conceito de inconsciente golpeou de maneira poderosa as ilusões frente a potência da consciência humana e a capacidade desta determinar a ação.

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