O surgimento do Liberalismo Social
- Rodrigo R de Carvalho
- 6 de jul. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 19 de fev.
O liberalismo social se apresenta como uma corrente significativa dentro do liberalismo, diferenciando-se por sua ênfase na igualdade social e na intervenção estatal em determinadas circunstâncias para garantir provisões e recursos às camadas menos favorecidas. Este tipo de liberalismo, conforme destacado pelo autor Luciano Camerino, é uma vertente que admite a influência reguladora do Estado sobre o mercado para garantir justiça social.
Em nosso episódio iniciamos com uma discussão sobre o conceito de liberalismo, explicando que ele não é apenas uma teoria econômica, mas um conjunto de concepções morais, políticas, sociais, culturais e econômicas. Surgido durante a Reforma Protestante, o liberalismo começou a se definir com a distinção entre o que é público e privado e a defesa da liberdade religiosa, marcada pelas cartas sobre a tolerância de John Locke.
Historicamente, o liberalismo se desenvolveu em duas correntes principais: a continental e a clássica. A primeira, representada pelo liberalismo francês, tende a ser mais hostil à religião, defende uma democracia direta e utiliza o Estado como ferramenta para garantir liberdades. A segunda, o liberalismo clássico inglês, aposta na limitação do Estado, na institucionalização dos partidos políticos e na criação de um modelo bicameral.
O episódio também destaca as cinco principais teses do pensamento liberal: a distinção entre liberdade negativa e positiva, o individualismo, a distinção entre a esfera pública e a privada, a democracia e o Estado laico. A liberdade negativa refere-se à ausência de restrições ou impedimentos, enquanto a positiva envolve a provisão de meios e recursos pelo Estado.
Na segunda parte, o episódio aborda a relação entre o liberalismo e a igualdade, traçando um percurso histórico desde Aristóteles até a modernidade e o pensamento contratualista. O liberalismo, inicialmente, não estava necessariamente ligado à democracia, mas as circunstâncias históricas acabaram produzindo essa aproximação. Tocqueville é destacado como um pioneiro ao observar que as sociedades modernas tendem à igualdade de condições e oportunidades através da liberdade ou do despotismo.
O episódio também menciona as contribuições de John Stuart Mill, que defendeu o sufrágio universal e a inclusão dos trabalhadores na vida democrática, e de Norberto Bobbio, que trouxe discussões sobre a intervenção do Estado para garantir a justiça social. Ambos os autores são fundamentais para o entendimento do liberalismo social e temos episódio dedicados a eles.
Em síntese o liberalismo social propõe que o Estado deve regular e fornecer meios para a superação da pobreza e das desigualdades sociais. Exemplos disso incluem a educação e a saúde como bens públicos, e a facilitação do acesso à propriedade e ao crédito para trabalhadores.
O episódio finaliza destacando a evolução histórica do liberalismo, que inicialmente se focou na defesa dos direitos civis (liberdade de expressão, consciência, e propriedade), avançou para os direitos políticos (participação no governo e sufrágio universal), e culminou nos direitos sociais (condições de trabalho, saúde e educação). Essa trajetória mostra como o liberalismo se adaptou às necessidades e desafios das diferentes épocas, sempre buscando equilibrar a liberdade individual com a justiça social.
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